Por
Andréa Fassina
Engenheiros
brasileiros desenvolveram uma tecnologia inédita pra captar energia eólica
(vento), para aumentar a capacidade elétrica no país.
Uma
equipe de cientistas da USP está desenvolvendo um protótipo de gerador chamado
Airborne Wind Energy (AWE), que é mais potente que os convencionais.
Os
engenheiros Roberto Crepaldi e Leonardo Papais, formados na Escola Politécnica
da USP, atuam desde junho de 2021 no projeto UFSCkite, da Universidade Federal
de Santa Catarina, que pesquisa essa tecnologia desde 2012.
Mais potente
A
diferença em relação às turbinas eólicas convencionais é que elas só utilizam
uma fração dos materiais e ainda conseguem alcançar altitudes onde o vento é
mais forte e consistentes.
Pra
se ter uma ideia, a altura média de uma turbina eólica é de 120 metros e o kite
brasileiro alcança entre 600 e 800 metros.
Além
disso, é muito menor e pode ser facilmente transportado. Mais barato, mais
poderoso e menos espaçoso.
Equipamento
O
equipamento é composto de duas partes: uma unidade de solo e uma unidade de
voo, que fica acoplada à vela.
As
duas são conectadas por um cabo, que vai sendo puxado pela vela à medida em que
ela é propelida pelo vento. Guiada pelos motores da unidade de voo, ela voa em
“trajetória de oito” até levar o cabo ao seu limite.
Em
seguida, é puxada de volta e o ciclo se repete. Como a energia necessária pelo
motor da unidade de solo para puxar o cabo é só uma fração da produzida, cada
ciclo termina acumulando energia, explica Crepaldi.
Próximos passos
O
grupo de cientistas pretende ter um protótipo funcional até o fim do ano.
A
ideia é conseguir investimento para iniciar uma empresa, expandir os testes e
produzir um modelo comercializável, futuramente.
Segundo
Crepaldi, a transição do projeto da universidade para a iniciativa privada
ainda está sendo tratada e negociada com a UFSC.
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