Por Sérgio Quirino
No âmbito dos conceitos, acreditamos que
profanação é trazer algo de “fora” (pro) para dentro do Templo (fanum). Assim,
Profanus significa “diante do templo”, isto é, aquilo que está do lado de fora
do local sagrado.
Dessa forma, encontramos algumas
“coisas” e comportamentos do mundo comum (profano) dentro do Templo ou em nossa
vida maçônica.
Todavia, há outra situação, creio, maior
ainda de profanação, que é o uso indevido de nossas formas de reconhecimento,
sinais, toques e símbolos fora do Templo.
Quem nunca passou pela situação em que,
rodeado de não iniciados, foi cumprimentado com um sonoro: “Tudo j..........?”.
E o que responder? Nada!
Ora? Mas não fomos instruídos a, quando
perguntados, respondermos: “E p.......”.
Sim! Então é uma instrução para
reconhecimento ENTRE Maçons. Portanto, deve ser como devemos ser: DISCRETOS. Se
respondermos no mesmo tom e não cobertos, estaremos passando uma instrução para
não iniciados e estaremos/seremos “descobertos”.
Nessa linha, muita atenção aos adereços.
Comuns são as críticas e as brincadeiras com o Irmão que carrega vários pins na
lapela do terno. É possível que alguns os usem por ostentação, no entanto
precisamos entender também que pode haver um valor sentimental em cada um deles
para quem os utiliza.
Observemos, contudo, que ele usa esse
terno emperiquitado entre nós e em ambiente maçônico. E acolhemos esse Irmão
com um sorriso. Porém, se um Irmão viesse ao nosso encontro com boné e camisa
do time para o qual torce ou o partido político que defende?
Que tal assistir a uma partida de
futebol ou a um comício nos Templos ou em nossas antessalas?
No mínimo, seria estranho e inadequado
para o ambiente maçônico – ou seja, profanação. Profanar é o ato de retirar a
sacralidade de alguém, de um objeto ou um espaço. Manifestações e atividades
inapropriadas ou degradantes para nossos valores.
Hoje vemos bens de consumo adornados com
símbolos e expressões maçônicos. Os Irmãos se transvestem, achando que estão
sob sol forte, usando bonés em ambientes fechados e à noite. Entretanto,
justificam que o boné é bonito, tem o esquadro e o compasso! E se colocar junto
uma camiseta no mesmo naipe, ..................................
Para que isso? O reconhecimento entre Irmãos ocorre pelo comportamento moral e ético. O dinheiro que foi gasto nesses enfeites é prova de que quem o faz esqueceu que um dia esteve despojado de metais (ou não) para simbolicamente estar despido das vaidades (ou não) e do luxo da sociedade profana (ou não). Ao que parece, não possui a angústia que tem um coração bem formado, desperdiçando os metais que deveriam ser usados para socorrer a miséria e as necessidades dos deserdados da fortuna.
Vaidade das vaidades, expor no peito e
na cabeça um símbolo maçônico não favorece nossa Ordem, sobretudo quando não se
sabe sequer a posição correta do Esquadro e do Compasso.
Vamos ao Livro da Lei, Ezequiel 44:23:]
“Deverão ensinar o meu povo a distinguir
entre sagrado e profano e farão que ele conheça a diferença entre o puro e o
impuro”.
2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.
Fraternalmente
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
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