O Nível Cultural Na Maçonaria


Por Denilson Forato

Esta página será lida por uma minoria de irmãos que cultivam o hábito da leitura, mas se esta minoria a publicar nas Lojas, isso poderá prestar um grande serviço à defesa da nossa Sublime Instituição.

Percebi que a cultura da Maçonaria está bem abaixo. A imagem é simplesmente sombria. O maçom em geral tem, em média, alguns anos de estudo, não lê, não estuda e não sabe nada. E o que esse fato tem a ver com a Maçonaria? Todos! Não é possível alcançar mais progressos sem a ajuda da cultura e do conhecimento.

O 1º grau, há 40 anos, deu aos cidadãos uma base de cultura geral muito maior do que hoje e a responsabilidade por tal retrocesso cabe exclusivamente ao vergonhoso e criminoso sistema educacional que foi gradualmente implantado no país e, obviamente, dentro da Maçonaria em si. Na escola primária de hoje, o aluno ainda é semianalfabeto e nem sabe cantar o hino nacional, há muito expulso das escolas.

O maçom não gosta de ler.  A afirmação é absolutamente VERDADEIRA. Há uma parte ínfima de pessoas que gosta de ler, outra, um pouco mais numerosa, que odeia e a esmagadora maioria nem sabe que ela existe, e a Maçonaria é formada por homens do povo.

Em todos os rituais maçônicos falamos das sete ciências que formavam a sabedoria dos antigos, compostas de gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, música e astronomia. Quem, com apenas a licenciatura, tem o conhecimento mínimo destas ciências? Com exceção de alguns princípios básicos de Gramática e Matemática, ninguém!

O mundo moderno já não é composto por sete ciências; as ciências se multiplicaram ao infinito: Física, Química, Engenharia, Geografia, Medicina, Sociologia, Filosofia, História, etc., cada uma delas com infinitas especialidades e ramificações, avançando cada vez mais nos campos de descobertas, pesquisas e conquistas enquanto o O maçom estava estacionado no atual 3º ano, 1º ano.  ESTE É O GRANDE PROBLEMA.

Hoje, com raríssimas e merecidas exceções, o Mestre Maçom é alcançado em seis meses a um ano e meio; no 33º ano, entre três e quatro anos. Você chega ao Mestrado e ao Diploma 33 sem sair do 1º grau. O dicionário de Aurélio Buarque de Holanda define:

“MESTRE – homem que ensina; professor; alguém que é especialista em ciência ou arte; homem de grande conhecimento”.

Algo está errado?

Para aqueles que desejam avançar nos graus da Maçonaria, é necessário um trabalho escrito (muitas vezes simplesmente copiado, sem intenção de aprendizagem) e uma taxa de elevação (que geralmente é muito cara). Só isso, nada mais e… passar de um nível para outro, sem o menor avanço cultural. Mas, por outro lado, aventais, golas e medalhas, à medida que sobem na hierarquia, tornam-se mais caros, mais bordados, mais coloridos e mais vistosos.

E aqui está o nosso Maçom falando em “beneficência”, “filosofismo”, “Pedra Bruta”, “Pedra Polida”, “Espada Flamejante”, “Câmara de Reflexões”, etc… E para completar o FEBEAMA (Festival das Besteiras que Assola a Maçonaria ))  disse, depois de ouvi-lo dizer, que a Maçonaria é antiga.

Um provérbio popular diz que “NINGUÉM gosta do que não conhece”. Como pode a Maçonaria esperar que os seus Mestres Maçons, os seus componentes do Alto Corpo Filosófico, sejam bons transmissores das suas doutrinas, das suas histórias e do seu conhecimento se... eles não sabem nada?

A Maçonaria é acima de tudo um vasto corpo de ciências políticas, históricas, geográficas e socioeconómicas adquiridas ao longo dos séculos. É simbolismo e filosofia pura, é a ciência humana no seu mais alto nível. Como uma pessoa sem interesse pelos estudos pode adquirir e transmitir tanto conhecimento? Só se for um milagre!

Como, apenas com boas intenções, pode um leigo ensinar medicina a médicos, leis a juízes, aviação a um futuro piloto, engenharia a um futuro engenheiro, maçonaria a um futuro maçom?

Tenho como certo que já li quase uma centena de livros e que devo, mais por prazer do que por obrigação, dedicar pelo menos meia hora por dia aos estudos maçônicos e outras literaturas de interesse para o meu desenvolvimento espiritual, cultural e profissional. E ainda não me considero um “EXPERT”. Reconheço, com toda humildade, que ainda tenho muito que aprender e concluí o 3º grau.

Como pode uma pessoa sem instrução estudar e pesquisar as lendas do Rei Salomão, Hiran Abiff, Rainha de Sabá, Cabala, entre outras, sem conhecer a história antiga? Como você pode compreender a gama de conhecimentos contidos na Constituição de Anderson, nos Marcos, nos Ritos, nos Sinais, entre outros assuntos totalmente desconhecidos do nosso Mestre Maçom e de grande parte daqueles que alcançaram o “CIM DA PIRÂMIDE” e que consideram-se com direito à cadeira dos cativos no Oriente para que o seu “PROFUNDO CONHECIMENTO E CONSCIÊNCIA MAÇÔNICA PODEM ILUMINAR”  as colunas.

A verdade é muitas vezes brutal, mas, infelizmente, é a pura realidade que muitas pessoas corajosas precisam de contar.

O Maçom que estuda e pesquisa pode ser o “SOL DA CULTURA”, talvez nem mesmo o vaga-lume que só vê sua luz no escuro, mas, certamente, é o espelho que pode transmitir a Luz do Sol ou pelo menos aquela do vaga-lume.

A Maçonaria, composta por homens livres, com bons costumes e cultura, será obviamente muito melhor. No século XVII era formado pelo Iluminismo, no século XIX era formado pela nata intelectual da nação e hoje… sem comentários.

Uma sociedade, um país, prepara-se sobretudo através do sistema educativo e da cultura que consegue adquirir e seria maravilhoso se começássemos a preparar a Maçonaria, pelo menos nas nossas Lojas, para o Terceiro Milénio, com pessoas que são um pouco mais educado.

 

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