Priorado de Sião: Mito, História e Conspiração



Da Redação

O Priorado de Sião é um dos temas mais intrigantes e controversos da história das sociedades secretas. Envolto em mistérios e teorias de conspiração, este suposto grupo ganhou notoriedade popular através de livros e filmes, especialmente com o romance "O Código Da Vinci" de Dan Brown. Este artigo busca explorar a origem, os desenvolvimentos e as controvérsias em torno do Priorado de Sião.

Origens e História

O Priorado de Sião, ou Prieuré de Sion, é frequentemente descrito como uma sociedade secreta fundada em 1099, durante a Primeira Cruzada. De acordo com algumas teorias, seu objetivo seria proteger os descendentes da linhagem de Jesus Cristo e Maria Madalena, e guardar segredos sobre o Santo Graal. No entanto, a realidade é bem diferente da narrativa romantizada.

A história documentada do Priorado de Sião começa realmente em meados do século XX. Em 1956, um francês chamado Pierre Plantard registrou oficialmente uma associação com esse nome. Plantard alegava que a associação tinha raízes antigas e era destinada a restaurar a monarquia francesa, com ele próprio sendo um dos descendentes dos Merovíngios, uma dinastia franca que reinou do século V ao VIII.

Documentos e Revelações

Durante os anos 60, Plantar colaborou com o escritor Philippe de Chérisey e o autor Gérard de Sède para produzir uma coleção de documentos forjados que ficaram conhecidos como os Dossiês Secretos de Henri Lóbinau.

Esses documentos foram depositados na Biblioteca Nacional da França, e alegavam revelar a existência e a história do Priorado de Sião, ligando-o a diversas figuras históricas ilustres, como Leonardo da Vinci, Isaac Newton e Victor Hugo.

Esses documentos afirmavam que o Priorado era o guardião de um segredo antigo relacionado ao Santo Graal e à linhagem de Jesus. Os Dossiês foram amplamente desacreditados por historiadores e investigadores, sendo considerados fraudes elaboradas.

Popularização e Conspiração

A lenda do Priorado de Sião ganhou notoriedade mundial com a publicação de "O Santo Graal e a Linhagem Sagrada" (1982), escrito por Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln. Este livro expandiu as alegações de Plantard, sugerindo que o Santo Graal era, na verdade, a linhagem sagrada de Jesus e Maria Madalena, protegida pelo Priorado.

Dan Brown, em seu best-seller "O Código Da Vinci" (2003), popularizou ainda mais a ideia, misturando fatos históricos e ficção de maneira tão eficaz que muitos leitores passaram a acreditar na existência e nas reivindicações do Priorado de Sião

Desmascaramento

Apesar do fascínio gerado, a maioria dos historiadores e acadêmicos considera o Priorado de Sião uma farsa. Pierre Plantard, sob pressão, admitiu em 1993 que havia fabricado os documentos e as histórias relacionadas ao Priorado. As investigações subsequentes confirmaram que o Priorado de Sião, conforme descrito nos documentos e livros populares, nunca existiu como uma organização secreta antiga.

Conclusão

O mito do Priorado de Sião é um exemplo fascinante de como histórias fictícias podem se enraizar na cultura popular e influenciar a percepção pública. A combinação de documentos falsificados, alegações históricas manipuladas e narrativas envolventes levou muitos a acreditar em uma sociedade secreta que, na realidade, nunca existiu. A verdadeira história do Priorado de Sião é um lembrete da importância do ceticismo e da verificação de fatos na era da informação.

 

Referências

1. Baigent, Michael, Leigh, Richard, and Lincoln, Henry. *The Holy Grail and The Holy Blood*. 1982.

2. Brown, Dan. *The Da Vinci Code*. 2003.

3. Burstein, Dan. *Secrets of the Code: The Unauthorized Guide to the Mysteries Behind The Da Vinci Code*. 2004.

4. The Holy Blood and The Holy Grail, BBC Documentary, 1996.

5. Dossiers Secrets de Henri Lobineau, Bibliothèque nationale de France, 1967.

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