Por Manoel Pinto dos Santos
A acácia é frequentemente mencionada nos
rituais da maçonaria, especialmente no grau de Mestre da maçonaria simbólica. É
conhecido que a acácia é mencionada na Bíblia e considerada sagrada pelos
hebreus, por ter sido usada na construção da arca da aliança. Não há registros
de referências a essa madeira na maçonaria operativa da Idade Média europeia,
mas ela faz parte da cultura religiosa do Antigo Egito, com a ideia de
ressurreição. Essa ideia foi adotada pela maçonaria especulativa a partir do
século XVIII, como símbolo de renascimento, regeneração espiritual e
imortalidade, a ser utilizada no grau de mestre maçom. Por isso, quando alguém
é questionado se é Mestre Maçom, a resposta inclui a palavra acácia.
Mas quando esse mito de Hiram foi
criado? Dizem os especialistas que foi entre a primeira e a segunda edição das
Constituições de Anderson, ou seja, entre 1723 e 1738, provavelmente mais na
Escócia do que na Inglaterra. Esse mito de Hiram é a narrativa que envolve a
cerimônia do terceiro grau, que, como se sabe, não existia de forma autônoma,
uma vez que ser Mestre da Loja era então uma função eleita entre todos os
companheiros. Pode-se até dizer que, ao examinar os livros dos mitos
universais, o mito de Hiram não faz parte da mitologia humana, sendo criado
exclusivamente para o universo maçônico. No entanto, o mito foi inicialmente
criado em torno da morte do profeta bíblico Noé (o da Arca do dilúvio), como
pode ser visto no manuscrito Graham de 1726, onde há a descrição de um
psicodrama semelhante ao de Hiram, com referência à acácia.
Portanto, é fácil extrapolar para o mito
egípcio de Osíris, no qual a acácia aparece decorando um sarcófago com a divisa
"Osíris eleva-se", ou seja, a "vida sai da morte", ou em
outras palavras, a ressurreição, que é o propósito da morte. Qualquer Mestre
Maçom que se preze tem a obrigação de "conhecer" a acácia, em sua
mensagem simbólica, tanto como elemento utilizado na cerimônia da mestria. Será
que eles internalizaram a importância da acácia?
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